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Março Lilás: 660 mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero em Goiás anualmente

A doença figura em quarto lugar entre os tipos de câncer mais comuns em mulheres brasileiras; no país, 17 mil diagnósticos são realizados por ano.

18/03/2024 às 14h29
Por: Jornal Notícia Extra
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imagem divulgaçao internet
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Vacinação contra o HPV é uma das principais formas de prevenção deste tipo
de câncer, que ocupa o quarto lugar entre os mais letais às mulheres
brasileiras. Imagem: Freepik. Uso gratuito.

Cerca de 17 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero no
Brasil anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde. Esse tipo de
câncer, que ocupa o quarto lugar entre os mais comuns em mulheres
brasileiras, resulta em aproximadamente 6.500 óbitos por ano no país, de
acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em Goiás, a taxa de
mortalidade é estimada em 4,47 casos para cada 100 mil mulheres.

Para reduzir esses números, a campanha do Março Lilás se dedica a
conscientizar e prevenir o câncer de colo de útero, educando as pessoas
sobre fatores de risco, sintomas, métodos de detecção precoce e opções de
tratamento disponíveis para essa forma de câncer. A campanha também busca
reduzir o estigma associado à doença e promover o acesso igualitário aos
serviços de saúde relacionados ao seu diagnóstico e tratamento.

O que é o câncer de colo de útero?
O câncer de colo de útero é uma condição maligna que afeta a região situada
entre a vagina e o útero, principalmente devido à infecção pelo vírus HPV.
Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela é uma das principais
causas de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, atrás do câncer de
mama, do câncer de cólon e reto e do câncer de pulmão. As principais vítimas
são mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

A biomédica e professora dos cursos de Ciências da Saúde da Faculdade Una -
que integra a Ânima Educação -, Allana Souza, explica que o câncer do colo
de útero está intimamente relacionado com a infecção do vírus HPV,
dependendo sempre do subtipo e da carga viral na infecção. "A vacinação
permite que se diminua os níveis de infecção pelo HPV, reduzindo o principal
fator de risco para o desenvolvimento desse câncer. É observado que a
vacinação em meninas de 9 a 14 anos sem início de vida sexual se mostra
eficaz na proteção da saúde delas".

Além da infecção pelo HPV, existem outros fatores de risco, geralmente
associados à comportamentos que comprometem a imunidade ou dizem respeito ao
desenvolvimento sexual. "Alguns deles são a iniciação sexual precoce, a
prática sexual com múltiplos parceiros, o uso de contraceptivos orais e o
tabagismo", elenca a professora.

Diagnóstico precoce e tratamento
O câncer de colo de útero pode ser silencioso no seu estágio inicial,
tornando o diagnóstico precoce fundamental. Souza alerta que a doença possui
um desenvolvimento de velocidade baixa, podendo passar despercebida no
início, e que os sintomas surgem com a evolução do câncer: "são observados,
principalmente, sangramento vaginal ao acaso ou depois da relação sexual e
dor na região do útero e abdômen".

Por esse motivo, a professora destaca a importância do diagnóstico precoce
na luta contra o câncer de colo de útero. "O rastreamento inicial é muito
importante. O exame preventivo, que é o Papanicolau, permite que sejam
observadas alterações iniciais da doença e, consequentemente, uma efetiva
inibição de sua progressão". A docente complementa que é necessário realizar
o exame com frequência, mas que, após dois anos consecutivos sem alterações
observadas, a mulher pode aguardar até três anos para repetir o exame".

Quanto aos tratamentos disponíveis para mulheres diagnosticadas com câncer
de colo de útero, a biomédica ressalta a necessidade de uma abordagem
individualizada. "Normalmente, é necessário realizar a retirada das lesões
mais graves por eletrocirurgia e fazer radioterapia em centros
especializados. Mas o tipo de tratamento dependerá sempre do tamanho do
tumor, nível de desenvolvimento, idade da mulher e se ela pretende preservar
a fertilidade. Ou seja, o tratamento será sempre individual, considerando os
fatores pessoais e preservando ao máximo a saúde e integridade da paciente",
conclui Souza.

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